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Neste exato momento, 33 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil, e cerca de 60% da população — ou seja, aproximadamente 125 milhões de pessoas — sofrem com algum nível de insegurança alimentar.

Os dados são resultado do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Absurdamente, em 2022 há mais gente passando fome no país do que em 1993. O retrocesso é brutal — e não, ao contrário do que se diz exaustivamente por aí, não se explica pelos efeitos do coronavírus e muito menos pela guerra na Ucrânia.

A Elefante acaba de abrir a pré-venda de Da fome à fome: diálogos com Josué de Castro, que será lançado no começo de julho graças a uma parceria com a Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Organizado pelas pesquisadoras Ana Paula Bortoletto e Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social, o livro recupera e atualiza as análises de Geografia da fome: o dilema brasileiro: pão ou aço, clássico do pensamento nacional publicado pelo intelectual pernambucano há 75 anos.

Com uma profusão de dados e argumentos, e contemplando pontos de vista de especialistas e ativistas, Da fome à fome debita o retorno da insegurança alimentar ao desmonte de uma série de políticas públicas (desde a valorização do salário mínimo até os incentivos à agricultura familiar), intensificado a partir do golpe de 2016.

“Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018, realizada pelo IBGE, já indicavam a volta da fome”, recorda Tereza Campello. “Dois anos antes da pandemia, era possível notar que o país, que havia saído do Mapa da Fome da ONU em 2014, caminhava na contramão dessa agenda.”

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