Escrever além da raça

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Escrever além da raça: teoria e prática
Autora: bell hooks
Tradução: Jess Oliveira
Edição: Tadeu Breda
Assistência de edição: Carla Fortino & Luiza Brandino
Preparação: Natalia Engler
Revisão: Laila Guilherme
Diagramação: Denise Matsumoto
Projeto gráfico: Leticia Quintilhano
Capa & direção de arte: Bianca Oliveira
Assistente de arte: Victor Prado
Lançamento: julho de 2022
Páginas: 308
Dimensões: 13,5 x 21 cm
ISBN: 9786587235936

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Descrição

“Se não pudermos culturalmente aceitar o modo como o pensamento e a prática da supremacia branca elucidam aspectos de nossa vida, independentemente da cor da pele, nunca conseguiremos ir além da raça.” Neste livro, lançado originalmente em 2013, após um relevante marco histórico no debate racial — a eleição de Barack Obama como primeiro presidente negro dos Estados Unidos —, bell hooks consolida e aprimora um argumento que a acompanhou por décadas: a compreensão da supremacia branca enquanto “ideologia dissimulada que é a causa silenciosa do dano e do trauma”. Nos dezessete ensaios deste volume, em que volta a exercer uma refinada crítica cultural, a autora se esforça para demonstrar que raça, gênero e classe “correm o risco de se tornar meros tópicos de investigação sem relação com o aprendizado transformador ou com a mudança prática”. Para evitá-lo, explica hooks, a análise intersecional deve incorporar o entendimento da supremacia branca como característica transversal dos sistemas interligados de dominação. “Estou tentando pensar e escrever além dos limites que nos mantêm hiper-racializados”, diz. “Encontrar uma maneira de ir além da raça é o único caminho para a longevidade emocional e para a libertação.”

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Para uma parte do público leitor, a textualidade fluida e certeira que hooks imprime em livros com repertório semelhante ao deste pode ser interpretada como um discurso “suave” diante de tensões tão prementes. No entanto, o problema está no terreno social dessa escrita, política e quase poética, marcada por agudeza e nitidez. Não há anúncio de um tempo pós-racial ou da superação das desigualdades de classe. Há, sim, mais páginas libertárias advindas de vozes conectadas a grupos e segmentos colonizados e subalternizados. As agressões a pessoas negras diante das câmeras e a notória ausência da negritude na direção de escolas, universidades, partidos, empresas e órgãos públicos constituem um recorrente sinal de alerta. Contra os sistemas de dominação, hooks interpõe a esperança e o amor, que têm sentidos políticos. Ao escrever sobre o amor, ela vai da esfera pessoal à social, passando por várias escalas, acrescentando dimensões coletivas, a exemplo dos movimentos e das comunidades.

— Alex Ratts, no Prefácio à edição brasileira

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Pensar na supremacia branca como a base da raça e do racismo é crucial, porque nos permite enxergar mais do que a cor da pele. Permite que olhemos para todas as incontáveis maneiras como nossas ações podem estar impregnadas pelo pensamento supremacista branco, independentemente de nossa raça. Sem dúvida, a raça e o racismo nunca se tornarão desimportantes se não conseguirmos reconhecer a necessidade constante de desafiar a supremacia branca. Quando os estudos culturais criaram um contexto no qual a questão da branquitude e do privilégio branco pudesse ser estudada e teorizada, uma nova maneira de pensar e falar sobre raça parecia estar surgindo. Embora estudiosos tenham escrito muito sobre o privilégio branco, nem sempre se esforçaram para mostrar a relação entre noções subjacentes de supremacia branca e privilégio branco. A hiper-racialização da branquitude fez parecer, então, que os temas principais eram a pele branca e os privilégios que ela permitia, e não os modos supremacistas brancos de pensar e agir, expressos por pessoas de todas as cores de pele. É muito provável que a recentralização da branquitude tenha ajudado a silenciar teorias e práticas necessárias para que possamos, de fato, como nação, aprender a nos livrar do racismo.

— bell hooks, na Introdução

 

SOBRE A AUTORA

bell hooks nasceu em 1952 em Hopkinsville, então uma pequena cidade segregada do Kentucky, no sul dos Estados Unidos, e morreu em 2021, em Berea, também no Kentucky, aos 69 anos, depois de uma prolífica carreira como professora, escritora e intelectual pública. Batizada como Gloria Jean Watkins, adotou o pseudônimo pelo qual ficou conhecida em homenagem à bisavó, Bell Blair Hooks, “uma mulher de língua afiada, que falava o que vinha à cabeça, que não tinha medo de erguer a voz”. Como estudante, passou pelas universidades de Stanford, Wisconsin e Califórnia, e lecionou nas universidades Yale, do Sul da Califórnia, Oberlin College e New School, entre outras. Em 2014, fundou o bell hooks Institute. É autora de mais de trinta obras sobre questões de raça, gênero e classe, educação, crítica cultural e amor, além de poesia e livros infantis, das quais a Elefante já publicou Olhares negros, Erguer a voz e Anseios, em 2019, Ensinando pensamento crítico, em 2020, Tudo sobre o amor e Ensinando comunidade, em 2021, e A gente é da hora, em 2022.